E um grande navio que não flutuava, depois de haver singrado mares que nunca existiram, procurou abrigo num pequeno porto situado entre dois lagos. E os tripulantes que nele não estavam, cantavam canções que nunca haviam sido feitas, e o silêncio daquelas canções misturava-se com o som do bater de asas dos pássaros que estavam pousados.
Todo um carregamento de lembranças futuras, lágrimas a serem choradas, sorrisos a serem perdidos, ilusões a se entristecerem, grandes caixas de promessas, alguns potes de sinceridade, arcas de esperanças e dúvidas, grandes vidros de amor, estes não muito cheios, pacotes de inveja embalados em papel impermeável, tudo enfim, esperava ser descarregado para começar a ser utilizado.
Gotas de chuva, raios de sol; pequenas sementes e algumas flores estavam guardadas em envelopes marcados com os nomes inverno, primavera, verão outono.
Num grande barril sem peso, um enorme carregamento de cores. Num canto, marcadas com a etiqueta “frágil”, duas malas, uma ainda nova cheia de idas e outra, mais usada e poeirenta, carregada de voltas.
Sacos de boa vontade e compreensão estendiam-se pelo convés, fortemente amarrados. No decorrer da viagem alguns quilos de perdão foram lançados ao mar por aqueles que dele não precisavam, mas, foram dar numa praia distante, que ainda não existia, a espera de um dia serem recolhidos por alguém que ainda não havia nascido.
E foi então, que num breve e calmo olhar, Deus reparou que o momento de colocar as coisas em seus lugares havia chegado...
E começou-se a contar o tempo!
Feliz 2008!
Com amor, Mara.
Um comentário:
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